sábado, 5 de maio de 2007

Manual do escrevedor: orientações gerais.

—• MANUAL DO ESCREVEDOR •— Este manual expõe orientações gerais e específicas indispensáveis à pre-paração de um bom texto. Devido a sua óbvia importância para o texto, as questões gramaticais rece-beram atenção especial. Trabalhamos, também, as questões de estilo consideradas essenciais para a produção de um texto elegante e correto. Neste manual, algo sempre estará sendo melhorado e corrigido. —• ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS E GERAIS •— (continuação)EMPREGO DE PRONOMES----------------------------------------------------------------------------1] - Este, Esta, Isto. Devem ser usados: a] - Em referência a seres que se encontram perto do falante: Este livro que tenho nas mãos é ótimo (este aqui). Isto que carregamos pesa mais de cinqüenta quilos (isto aqui). b] - Em referência ao lugar que o falante está: Esta casa é bem arejada. — Este bairro é muito sossegado. c] - Em referência ao que está em nós ou ao que nos abrange fisicamente: Esta alma não traduz pecado — Este é o país do futebol. Este coração já bate há mais de vinte anos. d] - Para indicar o [tempo presente]: Esta semana é especial para o escritor. Neste mês se registram temperaturas altas. e] Para anunciar o que será dito ou explicado em seguida: O delegado interrogou fulano. Este negou que tivesse participado do crime. 2] - Esse, Essa, Isso. Devem ser usados: a] - Em referência a seres que se encontram longe de quem fala e perto de quem ouve: Esse livro que tens nas mãos é ótimo (esse aí). b] - Em referência ao lugar que o ouvinte está: Esse bairro em que você mora é muito sossegado. c] - Em referência ao que está no ouvinte ou ao que o abrange fisicamente: Essa alma deve estar pesada para carregar, não está, Cláudia? d] - Para indicar tempo [passado ou futuro]: Nesse mês não se registraram temperaturas baixas. Essa semana foi especial para o escritor. e] - Para retomar o que já foi dito ou explicado: Vender o banco. Essa e a proposta de Amarildo. 3] Aquele, Aquela, Aquilo. Devem ser usados: a] - Em referência a seres que se encontram longe do falante e do ouvinte: Aquele livro é ótimo. — Aquela estrela é muito brilante. b] - Para indicar tempo muito distante: Naqueles dias, imaginava-se que a Terra fosse quadrada. c] - Quando citar [dois elementos], use aquele ou aquela para retomar o primeiro elemento citado (o mais distante): O delegado interrogou Fulano e Beltrano. Este (beltrano) negou a participação no crime; aquele (fulano) confirmou. ARTIGO-------------------------------- [•] - Em títulos, principalmente jornalísticos, a tendência é suprimir os artigos, so-bretudo os definidos (o, a, os, as). O fato já é consagrado, mas fora dos títulos, há muitas situações em que os artigos definidos são obrigatórios.Artigo Definido-------------------------------------------01] - Ambos. É obrigatório o emprego do artigo definido entre o [numeral ambos e o substantivo] a que se refere (ambos = os dois > ambas = às duas) : O juiz solicitou a presença de [ambos] os [cônjuges]. Ambas as partes chegaram a um acordo.02] - Todo. Nas expressões em que aparece o pronome [todo], é preciso cuidado no emprego do artigo. Todo pode variar de sentido, conforme tenha ou não artigo: a] - Nas expressões: [todo o], [toda a], o artigo designa totalidade, inteireza: Toda a casa ficou alagada (a casa inteira, completa). Todo o edifício ficou às escuras (o edifício inteiro, completo).b] - Sem o artigo, [todo, toda,], adquire o sentido de [qualquer, cada um]: Toda casa ficou alagada. (qualquer casa, cada uma ) Todo edifício ficou às escuras. (qualquer edifício, cada um)c] - O plural [todos] deverá estar sempre acompanhado de artigo: todos os brasileiros, todas as pessoas. Exceto quando após [todos] houver um pronome: Todos [aqueles] jornalistas. — Todas [aquelas] mulheres. ► Seguido de numeral [todos] somente aceita artigo quando há um substantivo expresso:todos os três [relógios], todas as cinco [meninas]. Não vindo expresso o substantivo, dispensa-se o artigo: Encontrei Ari, Ivã e Lia. Todos três são bons amigos. Observação: Não se usa todos dois, usa-se o numeral ambos. 03] - Os nomes de lugar ora admitem artigo, ora não o admitem: ► Com Artigo: a América, a Europa, a África, a França, a Itália, a Argentina, o Peru, as Antilhas, as Filipinas, a China, o Japão, o Mato Grosso do Sul, a Bahia, o Acre, o Pará, a Gávea, a Penha, o Leblon, a Lapa.► Sem Artigo: Portugal, Mônaco, Honduras, Cuba, Paris, Roma, Atenas, Angola, Alagoas, Sergipe, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Goias, Mato Grosso, Curitiba, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Natal, Copacabana, Ipanema, Perdizes, Pinheiros, Santana, Santa Tereza.Observações: ----------------------------------------------------------------a] - Se os nomes de lugar, que normalmente não admitem o artigo, vierem qualificados passam a exigi-lo: a Roma do Coliseu - a Paris do após-guerra. - a Brasília de Niemeyer – a Belém das mangueiras. Não vá confundir o artigo com a preposição: O navio chegou a (preposição) Belém. O navio chegou à (= prep. + art.) Belém das mangueiras.b] - Depois de preposição, o uso do artigo é facultativo com os nomes Europa, Asia, África, Espanha, França, Inglaterra, Escócia e Holanda: vim de Europa — passei por França — morar em Espanha => ou => vim da Europa — passei pela França — morar na Espanha04] - É facultativo o emprego do artigo definido diante dos pronomes possessivos (meu, teu, seu, etc.): Deixaram meu livro na sala [ou o meu livro na sala]. Não conheço sua namorada [ou a sua namorada].05] - Não se deve usar o artigo antes da palavra [casa] (no sentido de lar, moradia) e [terra] (no sentido de chão firme), a menos que venham especificadas: Eles estavam [em] casa. (moradia) Ele estava na casa do amigo. (uma casa específica). Os marinheiros permaneciam [em] terra. (chão firme) Os marinheiros permaneceram na terra dos anões.06] - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo (e flexões): Este é o homem cujo amigo desapareceu [e não; cujo o amigo]. Este é o autor cuja obra conheço [e não: cuja a obra]. 07] - Diante de nome da pessoas, geralmente não se usa artigo: Lígia não compareceu à cerimônia. Paulo foi ao jogo.08] - Não use o artigo antes das formas de tratamento e dos títulos honríficos Dom e Dona. Com Exceção de [senhor] e suas variações. Engana-se Vossa Senhoria, disse o barbeiro. (M. Assis) Enganam-se Dom Henrique e Dona Helena. 09] - Na linguagem coloquial de alguns estados brasileiros, é freqüente a ante-posição de artigo a nomes de pessoas, a fim de indicar afetividade ou familiari-dade. O Édson é meu irmão mais novo A Sandra não quis sair comigo.10] - Use o artigo antes dos nomes de horas: as três horas — a uma hora. Importante: Convém lembrar que o artigo, neste caso, vem sempre depois de uma preposição, então: às (a+as) três horas — à (a+a) uma hora — às oito das três às sete — entre as duas e às três 11] - Não se combina com preposição o artigo que faz parte do nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de São Paulo. (e não: no Estado.) A notícia foi publicada em O Globo. (e não: no Globo.) 12] - Alguns gramáticos censuram o uso do artigo antes de [quão] e [quanto]: Você viu quão feliz estava eu! (e não: o quão feliz) Você não sabe quanto isso me alegra! (e não: o quanto)► Embora censurada, é freqüente, na língua atual, a colocação do artigo, como partícula de realce. A opção será sua, caro leitor(a): Só agora via o quanto se enganara. (Lígia Fagundes)Artigo Indefinido-----------------------------------------------------------------1] - O artigo indefinido, muitas vezes é usado inutilmente: Até março apresentarei uma outra proposta.► Não há necessidade, nesta frase, do artigo indefinido, basta: Até março apresentarei outra proposta. 2] - Uma boa maneira de evitar o abuso do artigo indefinido é verificar como fica a frase sem ele. Se não fizer falta, elimine-o.EMPREGO DE PALAVRAS-----------------------------------------------------------------------------------------1] - Acerca de, significa sobre, a respeito de: Haverá uma palestra acerca das (de+as) queimadas.2] - Há cerca de, indica um período aproximado de tempo já transcorrido: Os primeiros colonos surgiram há cerca de quinhentos anos. 3] - Cerca de ou A cerca de, significa aproximadamente, perto de: Os jogadores ficaram a cerca de 20 metros uns dos outros. Cerca de 100 pessoas estavam ali.4] - JÁ. Evite o uso pleonástico de [já]: Ela já não canta mais. Basta dizer: Ela já não canta ou Ela não canta mais. EMPREGO DE PRONOMES ------------------------------------------------------------------------------------------- a] - Pronomes Pessoais Do Caso Reto. Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, etc.) funcionam como sujeito da oração. De modo geral, deve-se evitar o uso destes pronomes, visto que os próprios verbos, na maioria dos casos, revelam as pessoas com as terminações que apresentam. É mais elegante escre-vermos: Vou sair. > do que escrever > Eu vou sair. Deves tomar cuidado > em vez de > Tu deves tomar cuidado. b] - Pronomes Átonos. Não se inicia, também, um período ou parágrafo pelos pronomes átonos (me, te, se, no, vos, lhes, os, as, si, etc.): Disseram-me (e não: Me disseram) que você conquistou cinco prêmios. Segui-o (e não: O segui) por muitos metros. c] – Pronomes Oblíquos. ► O pronome pessoal oblíquo [mim] vem sempre precedido de preposição: a mim, de mim, até mim, em mim, etc. ► O Pronome Si. O Pronome [si] deve ser empregado em frases reflexivas, ou seja, frases em que a pessoa do sujeito pratica e ao mesmo tempo recebe a ação verbal. A exigência da língua culta é esta: havendo reflexibilidade, o si está certo; não havendo deve ser rejeitado: Assim, está incorreto: Eu ofereço este livro para si.( Eu e si designam pessoas diferentes. A frase não é reflexiva.) Correção: Eu ofereço este livro para você. Maria queria o namorado junto de si. (Maria e si, a mesma pessoa.) Hei de tornar meu filho mais confiante em si. (filho e si, mesma pessoa). Continuaremos no Manual III.® [•] Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, me informe. ---------------------------------------------------------------------Ajudaram na elaboração deste manual: Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Adriano da Gama Kuri, Ortografia, Pontuação, Crase. Hildebrando A. de André, Gramática Ilustrada. Eduardo Martins, Manual de Redação e Estilo. ------------------------------------------------------------ [•] Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, quaisquer críticas ou comentários.
Ricardo Sérgio
Publicado no Recanto das Letras em 21/03/2006Código do texto: T126426

Vocabulário crítico para escritores engajados

Vocabulário Crítico para Escritores Engajados
Caros colegas de ofício, amantes da Literatura e da Cultura em geral, eis abaixo alguns conceitos importantes que transparecem o tipo de narrativa que julgo o mais importante e o qual utilizo na maioria dos meus textos: A FICÇÃO SOCIAL. Respeito a opinião daqueles que consideram a literatura apenas entretenimento, algo sem valor concreto e sem interferência na realidade de uma sociedade. Contudo, a arte tem um papel honroso que não deve ser desvalorizado ou até mesmo marginalizado o qual é o de despertar a consciência crítica das pessoas. Portanto, tais conceitos orientam um pouco quem quiser enveredar nas ricas terras da literatura engajada, são eles: 1- Arte POP: A expressão refere-se a um movimento estilísticos na arte ocidental, ocorrido aproximadamente entre 1.956 e 1.966, na Inglaterra e nos Estados Unidos. É figurativa e realista, coisa que nenhuma arte de vangaurda tinha sido até então. Tendo nascido em Londres e Nova York, encara o mundo especial das grandes metrópoles em meados do séc. XX. Portanto, está enraizada no ambiente urbano, com suas revistas ilustradas, histórias em quadrinhos, anúncios, embalagens, feiras, parques de diversões, rádio, TV, sensacionalismo, bens de consumo, etc. Assim, elege como modelos objetos não tradicionais ou familiares. 2- Romance Político: Narrativa que registra os movimentos de ascensão ou de queda de uma ou várias personagens ou grupos socias em busca do poder. 3- Romance Proletário: Narrativa em que se registrada, quer na ação, quer na reflexão, o ponto devista do trabalhador nas relações socias em seu movimento progressivo ou na sua contrariedade móvel. 4- Romance Social: Narrativa, com uma ou várias personagens, em cuja trama ficam evidentes as contradições entre as camadas socias diferenciadas e, na perspectiva psicológica, as aspirações ou frustações individuais em decorrência de sua situação histórica em determinada classe social. 5- Verismo: Tendência à reprodução fotográfica das cenas ou situações transpostas ao texto literário, unindo às idéias do Realismo ao conceito do verdadeiro, sujeito à comprovação científica.
Fábio Pacheco
Publicado no Recanto das Letras em 29/03/2006Código do texto: T130272

Manual do escrevedor: emprego das palavras.

—• MANUAL DO ESCREVEDOR •— EMPREGO DE PALAVRAS Neste texto algo estará sempre sendo acrescentado ou melhorado. Atualizado em 27 /07 /06. [A] (preposição) — emprega-se quando indica tempo futuro, medida, distância ou, então, quando a substituição por [faz] não é possível: Partiremos daqui a três dias. — O atirador estava a três metros. ► Repare que em nenhum dos casos o [a] pode ser substituído por [faz]. HÁ (verbo haver) — emprega-se quando indica tempo passado, decorrido (pode ser substituído por faz) ou quando tem o sentido de existir: Há dez anos que não nos vemos. — Há muitos livros sobre a mesa. HÁ... ATRÁS — quando nos referimos a tempo passado, [há] já significa [atrás]. Desse modo, ou empregamos apenas há, ou apenas atrás: Há três anos atrás namorava Paula (o atrás cria uma redundância). Há três anos namorava Paula. — Três anos atrás namorava Paula. HAVIA — quando o verbo que acompanha haver está no imperfeito ou no mais-que-perfeito, use havia e não há: Ele estava ali havia(e não há) muito tempo. Ele estivera ali havia(e não há) muito tempo. ► Macete. Substitua haver por faz, que ficará clara a forma que deve ser usada: Ele estivera ali fazia(e não faz) muito tempo. A PAR — equivale a ciente de, informado de, prevenido de; em geral, é usado com o verbo [estar]: Estava a par (nunca ao par) do fato.AO PAR — indica título ou moeda de valor idêntico: Parece que o real não está mais ao par do dólar. ABAIXO — significa [embaixo]. Observe: Sua posição está abaixo da minha. A BAIXO — quando há uma idéia de [até embaixo] ou [para baixo]: Eles corriam a arquibancada de alto a baixo(=até embaixo). ABRIR — dê preferência para [alguma coisa abre-se] e [alguém abre alguma coisa]: Prefeito abre centro hoje. Exposição abre-se(e não abre) com muitas novidades. ACABAR — use, dê preferência, ao verbo acabar significando [completar, terminar, concluir]: Já acabaram a pintura. — Pretendo acabar o livro esta semana. ► Ninguém, no entanto, acaba uma greve, uma assembléia ou um déficit. ► Use esses equivalentes mais corretos: põe fim, encerram, suspendem (uma greve, uma assembléia, um déficit). ACABAR COM — significa [pôr fim a ou destruir, dar cabo]: Governo acabou com as mordomias. Sua resistência acabou com os adversários. ► Por isso, para dizer que alguma coisa se encerra com outra use termina ou encerra-se: Exposição termina(encerra-se) hoje com promoções. Para evitar o duplo sentido presente em [acaba hoje com promoções]. ACASO / CASO — se for usar [se] use com acaso: Se acaso você falasse... / Se acaso você quiser... ► Acaso também pode ser usado em frases como: Acaso lhe perguntaram alguma coisa? ► Caso rejeita o [se]: Caso você falasse... / Caso você queira.AFIM - é um adjetivo que significa [igual, semelhante]. A FIM - Relaciona-se com a idéia de afinidade: Elas possuem sentimentos afins (=afinidade de sentimentos). A FIM - surge na locução [a fim de] que significa [para] e indica a idéia de finalidade: Eles estão aqui a fim de trabalhar (com a finalidade de, para trabalhar). ALCANÇAR é com [Ç], mas CANSAR é com [S]. ALERTA — alguém alerta alguém de, contra, para, sobre alguma coisa. Não existe alertar que. É possível omitir quem recebe o alerta: Os escritores alertam(alguém contra, sobre) o risco da pirataria no país. Os escritores alertam que o país corre risco de pirataria. (errado). AGIR (Presente do Indicativo) — Ajo, ages, age, agimos, agis, agem. AONDE — se emprega com verbos que indicam movimento ou aproximação. Opõe-se a [donde], que exprime afastamento: Queres chegar aonde? — Vais aonde? — Aonde ele foi? ONDE — é usado quando significa em que lugar ou com verbos que não indiquem movimento: Não sei onde está a chave. - Onde ele está? - Está onde lhe indiquei.► Em termos práticos, aonde pode ser substituído por [a que lugar], [para que lugar], enquanto onde equivale a [em que lugar]. APOSTILA — como matérias de aulas, publicadas para uso de alunos, parece ser a forma mais empregada hoje. No entanto, pelo Brasil afora se emprega também Apostilha. A preferência é sua. ATÉ ÀS — nunca use [até às]. Use até as: Ele ficou até as 20h. (veja artigo)AVÔS — a palavra [avô] tem o plural quando designa o [avô paterno + o avô materno]: Não conheci meus avôs. AVÓS — é [o avô + avó] ou, em geral os ascendentes. BAHIA — refere-se ao estado da Bahia. BAÍA — refere-se a um pequeno golfo. BAIA — refere-se a um espaço de um estábulo.BOÊMIA — Escreve-se assim. É uma palavra paroxítona. Porém no português do Brasil é corrente a pronúncia boemia (mí): Ele vive na boemia.► Boêmia emprega-se como adjetivo, feminino de boêmio: Leva uma vida boêmia.CAL — a palavra cal é do gênero feminino [a cal]. ► São de Gênero Feminino: a agravante – a alcunha – a atenuante – a bicama – a ioga – a omoplata - a juriti – a sucuri - a ênfase – a omelete – a mascote – a dinamite – a alface – a apendicite – a aguardente – a bacanal – a cólera (doença) – a xérox – a puxa-puxa – a matinê – a pane ► São do Gênero Masculino: o eclipse – o lança-perfume – o dó (pena) – o herpes – o formicida – o suéter – o pernoite – o champanha – o gengibre – o grama (peso) – o magazine – o eczema – o açúcar – o guaraná – o avestruz – o cola-tudo – o diabetes – o eclipse – o picape – o sabiá – o tapa – o telefonema – o clã.► Personagem — é usada nos dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência pelo masculino: “... um personagem trágico...”► Ordenança, sentinela e praça (soldado) — são sentidos e usados na língua atual como masculinos por se referirem a homens. ► Diz-se: [o] ou [a] manequim Simone, [o] ou [a] modelo fotográfico.► Sósia — é substantivo masculino. Alguns dicionaristas modernos, porém, o incluem entre os comuns de dois gêneros. Segundo eles, portanto, é correto dizer: Essa atriz tem [uma] sósia que a representa muito bem. A televisão mostrou [a] sósia de Marilyn Monroe. ► Avestruz, gambá, pijama, suéter e tapa — não estão mais sendo usados como femininos e alguns gramáticos não aconselham seu uso neste gênero. CATORZE / QUATORZE — alguns cardinais apresentam formas variantes. Assim podemos escrever: «quatorze ou catorze»; «bilião ou bilhão». CHOPE — não diga nem escreva jamais: um chopes, um chicletes, um clipes, um dropes, um vitrô. ► Use Sempre: um chiclete, um clipe, um drope, um vitral (de plural vitrais). CINCOENTA / HUM — são usados nas relações bancárias, mas não são registrados pela nova nomenclatura gramatical e, portanto devem ser tidos como errados: Ganhei um mil e cinqüenta reais. (certo) DAR-SE AO TRABALHO / DAR-SE O TRABALHO — ambas as construções são aceitáveis, mas a primeira é que sempre mereceu a preferência dos bons escritores: Pouca gente se dava ao trabalho de ver o que era. Perguntei por que ele se tinha dado o trabalho de fazer aquilo tudo... ► Variantes • Dar-se ao incômodo ou dar-se o incômodo; • Poupar-se ao trabalho ou poupar-se o trabalho. • Dar-se ao luxo ou dar-se o luxo. DECERTO — quer dizer certamente, com certeza. É advérbio. Não confundir com [disserto], forma do verbo dissertar. DE CERTO — nunca. DEMAIS — pode ser advérbio de intensidade, com o sentido de muito; aparece intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios: Eu estou até bem demais. — Isso nos deixou indignado demais. ► Também pode ser pronome indefinido, equivalendo a os outros, os restantes: Partirei sozinho deixando aos demais(os outros) a liberdade de escolher. DE MAIS — opõe-se a «de menos»: Não vejo nada de mais(de menos) em sua atitude.DIA A DIA — significa diariamente, todos os dias: Ele melhora dia a dia.DIA-A-DIA — é substantivo e significa o correr dos dias, o cotidiano: É duro o dia-a-dia do brasileiro. - O dia-a-dia é tão monótono. DISTRATAR — significa romper um trato. Quando um contrato é rompido, o documento que se assina chama-se distrato. DESTRATAR — significa tratar mal: Ela foi destratada pelo marido na frente dos vizinhos. EMBAIXADOR — tem dois femininos: embaixadora e embaixatriz. Assim são distinguidos: ► Embaixatriz é a mulher de um embaixador. ► Embaixadora é a representante diplomática, ela mesma, de um país em outro. EXCESSÃO — excesso é aquilo que sobra, o que passa da medida, exagero. EXCEÇÃO — é aquilo que se desvia ou exclui de regras e padrões. Portanto: Nesta regra não há exceção(e não excessão). EXTENSO e EXTENSÃO se escreve com X, mas ESTENDER é com [S]. HISTÓRIA — é a ciência. Sempre com «H» maiúsculo. ESTÓRIA OU hISTÓRIA (com “h” minúsculo) — é uma narrativa de ficção. ► Há quem pense que o termo “estória” tenha substituído o termo “história”, mas as duas palavras existem simultaneamente.GARAGE? — Não! Devemos usar «garagem» e não "garage", que é uma palavra francesa que foi aportuguesada para garagem.IR AO ENCONTRO DE — o mesmo que [estar a favor]. IR DE ENCONTRO A — significa [estar contra], [discordar] MEXAS — é o verbo [mexer], conjugado no subjuntivo ou imperativo, na 2ª. pessoa do singular: Não mexas no brinquedo do teu irmão que a briga é certa. MECHAS — (substantivo). São porções de cabelo: O cãozinho tem as mechas brancas do pêlo gastas. MAU (adjetivo) — é antônimo de bom: Ele é um bom(mau) jogador. MAL (advérbio) — é antônimo de bem: Nosso time jogou bem(mal).NENHUM — é o contrário de algum, de pelo menos um: Nenhum deles agiu decentemente.(Pelo menos um agiu...) NEM UM — equivale a nem um sequer, nem um único: Faltava tudo lá. Nem um prato ele tinha.Ó! — é forma do vocativo: é uma palavra exclamativa. Usamos quando queremos chamar por alguém, ou quando nos dirigimos a uma pessoa ou coisa: Ó águia do oceano! Desce do espaço imenso. (Castro Alves).OH! — é interjeição de espanto ou admiração: Oh! Não o encontrei mais ali. PAPEIZINHOS - a regra de formação do plural de palavras no diminutivo manda: ► Primeiro «pluralizar» a palavra primitiva => papéis; ► Antes de colocar o sufixo diminutivo retiramos a desinência [S] do plural => papéi; ► Colocamos, então, o sufixo diminutivo => papeizinhos. ► Flor > Flores > Flore > Florezinhas. POR ISSO — Porisso junto não existe.SILABADA — pessoas menos familiarizadas com a norma lingüística proferem mal um sem-número de vocábulos deslocando-lhes o acento prosódico cometendo, como se costuma dizer, silabadas. Algumas dessas palavras, com a respectiva classificação tônica:► São Oxítonas: Con[dor] - mis[ter] - No[bel] (bél) - ru[im] (í) - su[til] (íl)► São Paroxítonas: aus[te] ro (té) - for[tui]to (túi) - gra[tui]to - [lá]tex - li[bi]do - maquina[ri]a (rí) - pe[ga]das (gá) - re[cor]de (cór) - ru[bri]ca .PORVENTURA - sempre unidos. PENSÃO - é substantivo termina em «ao»: Tenho o suficiente para pagar a «pensão».PENSAM - é 3ª p.p. do presente do indicativo do verbo pensar: Ainda não sei o que eles pensam. PARA MIM - depois de uma preposição use sempre [mim]: Esta caneta é para (preposição) mim? — Este café é para mim? PARA EU - se vier um verbo no infinitivo depois da expressão que será seu sujeito use [eu]: Esta caneta é para eu (sujeito) escrever (infinitivo)? Este café é para eu tomar? TAMPOUCO - É advérbio e significa também não: Tampouco pagou-me o que devia. TÃO POUCO - É advérbio de intensidade [tão], que modifica o pronome indefinido ou o advérbio [pouco]: Tenho tão pouca (pronome) esperanças que me faltam forças para lutar. Falou tão pouco (advérbio) que pensaram estivesse doente. .TRABALHADOR (substantivo) — em por feminino [trabalhadora]; quando é adjetivo o feminino é Trabalhadeira: As trabalhadoras já vão para as fábricas (isto é, as operárias). As mulheres trabalhadeiras sabem cuidar bem de uma casa grande.VERBO AGIR (P. do Indicativo): Ajo, ages, age, agimos, agis, agem.VIR — formas Corretas: • Quando eles me virem(não verem), ficarão alegres. • Se vires(não veres) o menino, chama-o. • Quando eu a vir (não ver) dar-lhe-ei o recado. • Se nos virmos(não vermos) novamente, contaremos a mãe. • Quando mamãe vir(não ver) ficará contente. • Se virdes(não verdes) que Joana está errada orientai-a. USE SEMPRE NO PLURAL: anais, arredores, condolências, damas(jogo de), férias, pires, núpcias, óculos, olheiras, pêsames, víveres, etc..., além dos nomes dos naipes: copas, espadas, ouros, paus. ® [•] Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, me informe. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ajudaram na elaboração deste manual: Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Adriano da Gama Kuri, Ortografia, Pontuação, Crase. Hildebrando A. de André, Gramática Ilustrada. Eduardo Martins, Manual de Redação e Estilo. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------[•] Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, quaisquer críticas ou comentários.
Ricardo Sérgio
Publicado no Recanto das Letras em 06/04/2006Código do texto: T134541

Emprego do infinitivo

EMPREGO DO INFINITIVO INFINITIVO IMPESSOAL (invariável; considera-se apenas o processo verbal) O infinitivo não deve ser flexionado: 1. Quando apresenta uma idéia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado; Exemplos: VIVER é LUTAR. QUERER é PODER. FUMAR prejudica a saúde. É proibido COLAR cartazes neste muro. É proibido conversar com o motorista. É preciso LUTAR contra as drogas. Vale a pena TER fé e esperança sempre. 2. Quando tiver o valor de Imperativo; Exemplos: ESCREVER o nome três vezes! (= ESCREVA!) DIREITA VOLVER! (= VOLVEI!) SOLDADOS, MARCHAR! (= MARCHAI!) 3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior; Exemplos: Foram obrigados a ficar (sair). Acusaram-nos de praticar atos suspeitos. Eu os convenci a aceitar. Os rapazes estão dispostos a colaborar. As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eles não têm o direito de gritar assim. Os menores estão proibidos de entrar nesta festa. Os mendigos insistem em ficar naquela praça. Esta fruta é fácil de DESCASCAR. Este vinho é bom de BEBER. Estamos desejosos de ALCANÇAR a vitória. Conheci muitas pessoas ávidas por APRENDER. Eram pessoas difíceis de CONTENTAR. Aqueles remédios são ruins de TOMAR. Os CDs que você me emprestou são agradáveis de OUVIR. No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexionado. Exemplos: Eram pessoas difíceis de SEREM contentadas. Aqueles remédios são ruins de SEREM tomados. Os CDs que você me emprestou são agradáveis de SEREM ouvidos. 4. Nas locuções verbais; Exemplos: Queremos ACORDAR bem cedo amanhã. Eles não podiam RECLAMAR do colégio. Elas sabem DESENHAR muito bem. 5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior; Exemplos: Os estudantes fizeram o possível para conseguir a saída do reitor. Os ladrões usaram explosivos para abrir o cofre do banco. Eles foram condenados a pagar pesadas multas. Aquelas máquinas foram feitas para costurar calças de brim. Trabalhemos em vez de RECLAMAR. Devemos SORRIR ao invés de CHORAR. Tenho ainda alguns livros por (para) PUBLICAR. Existem muitas contas por (para) PAGAR. Obs: Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Exemplos: Para se aquecerem, os meninos dormiam juntinhos. Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos. Foram dois amigos à casa de outro, em Minas Gerais, a fim de jogarem futebol. Para ESTUDARMOS, estaremos sempre dispostos. Antes de NASCEREM, já estão condenadas à fome muitas crianças. Apesar de ESTARMOS com sede, não bebemos daquela água. Depois de FICAREM em pé por mais de cinco horas, eles desistiram do show. Além de INCOMODARES a todos, não ajudas a ninguém. 6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os segue; Exemplos: Deixei-os sair cedo hoje. "Deixai vir a mim as criancinhas!" "Não nos deixeis cair em tentação." 7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Exemplos: Vi-os entrar atrasados. Ouvi-as dizer que não iriam à festa. Observações: __É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como "pedir", "dizer", "falar" e sinônimos; Exemplos: Pediu para Carlos entrar (errado) Pediu para que Carlos entrasse (errado) Pediu que Carlos entrasse (correto) __Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é PARA EU FAZER", pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujeito; Mais exemplos: Aquele exercício era para eu corrigir. Esta salada é para eu comer? Ela me deu um relógio para eu consertar. __Já na oração "Esta carta é PARA MIM!", a preposição está ligada somente ao pronome que deve se apresentar oblíquo tônico. *.*INFINITIVO PESSOAL (flexionado; quando se atribui um agente ao processo verbal) O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos: 1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Exemplos: Se tu não perceberes isto... Convém vocês IREM primeiro. O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós) 2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; Exemplos: O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos ESTUDAREM bastante para a prova. Perdôo-te por me MALTRARES. O estudante fez o possível para os professores perdoarem suas faltas. O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade. O guarda fez sinal para os motoristas pararem. Conseguimos uma casa para eles passarem a lua-de-mel. O hospital não oferecia condições para os pacientes ficarem internados por muito tempo. 3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural); Exemplos: Faço isso para não me ACHAREM inútil. Temos de agir assim para nos PROMOVEREM. Ela não sai sozinHa à noite a fim de não FALAREM mal da sua conduta. 4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação; Exemplos: Vi os alunos ABRAÇAREM-SE alegremente. Fizemos os adversários SE CUMPRIMENTAREM com gentileza. Mandei as meninas OLHAREM-SE no espelho. Deixem os namorados BEIJAREM-SE como quiserem. Nota: Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo. *.*DICAS: - Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas. Exemplos: INFINITIVO / OUTRAS FORMAS Enferrujar / enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem é grafado com "g".) Viajar / viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo VIAGEM) viajarão, viajasses, etc. - Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser trocado por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do indicativo. Exemplos: eu dirijo / eu ajo - O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo. a) Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir. b) Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Parece que elas mentem." Fontes de consulta: Manual de Redação (O Estado de São Paulo) Manual de Redação e Estilo ( Eduardo Martins) Nova Gramática do Português Contemporâneo ( Celso Cunha)*.*Leiam também meus poemas, poetrix e crônicas!
Kathleen Lessa
Publicado no Recanto das Letras em 27/04/2006Código do texto: T146447

Homonímia e paronímia

HOMONÍMIA E PARONÍMIA(homônimos e parônimos)A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com som aberto, 1ª pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com som aberto, 1ª pess. do sing. do pres. do ind. do verbo consolar), em que temos pronúncia diferente. Os homógrafos de pronúncia idêntica diferenciam-se pelo contexto em que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego do vocábulo são nos três sentidos: __ são ( verbo ser, 3ª pess. do pl. do pres. ind.)__ saudável __ santo. Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o problema. Sempre que houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de ortografia. A paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar). __Procurei incluir na relação abaixo as palavras que com mais freqüência provocam dúvidas quanto à grafia correta e pertinente numa dada frase.__Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o réu. Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a água da chuva. Acender: atear (fogo), inflamar. Ascender: subir, elevar-se. Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento. Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou acerca de seus planos. A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês ou (ano) das eleições. Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há cerca de mil títulos no catálogo. Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um acidente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível acidente no parque. Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demissão já foi superado. Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática. Dotar: dar em doação, beneficiar. Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentesco): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo parágrafo? A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi encaminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a necessária reflexão sobre sua pertinência. Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual. Aleatório: casual, fortuito, acidental. Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba. Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente. Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve alternativa. Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, anteprojeto ante-diluviano. Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, antibiótico, anti-higiênico, anti-Marx. Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos trabalhadores. De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos menores. Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.) Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a empresa demitiu vinte. A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.: ao par) do assunto; ao lado, junto; além de. Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dólares ao par. Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu ao colega um aparte em seu pronunciamento. À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto foi encaminhado por expediente à parte. Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imóvel. Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não for apressado, não será cumprido o cronograma. Área: superfície delimitada, região. Ária: canto, melodia. Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irrecorrível. Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso foram todos arrestados. Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. Autuar: lavrar um auto; processar. Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens. Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados. Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou sucesso ao seu par americano. Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os técnicos agouram desastre na colheita. Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem. Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua carreira. Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, invocou a ajuda de Deus. Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. Carear: atrair, ganhar, granjear. Cariar: criar cárie. Carrear: conduzir em carro, carregar. Casual: fortuito, aleatório, ocasional. Causal: causativo, relativo a causa. Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. Censo: alistamento, recenseamento, contagem. Senso: entendimento, juízo, tino. Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. Serrar: cortar com serra, separar, dividir. Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou possível a realização da obra. Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual seção do ministério ele trabalha? Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto. Chá: planta, infusão. Xá: antigo soberano persa. Cheque: ordem de pagamento à vista. Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xeque). Círio: vela de cera. Sírio: da Síria. Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis. Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar nem, eclesiástico. Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide frontalmente com o entendimento havido. Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Ministério da Justiça. Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura. Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação. Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal). Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado. Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp. concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri... Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos problemas crônicos aparentemente não têm conserto. Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião. Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância. Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas. Contraversão: versão contrária, inversão. Coser: costurar, ligar, unir. Cozer: cozinhar, preparar. Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inúmeras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar. Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa disposta a custear tal projeto? Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? Custa-me crer que funcionará. Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder. Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar. Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar. Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir. Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival. Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do prazo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da Receita Federal. Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular. Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. Descrição: ato de descrever, representação, definição. Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato. Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de. Discriminar: diferençar, separar, discernir. Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de provisões. Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obrigado; demissão. Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: Apesar de sua importância, o projeto passou despercebido. Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que lhe aguardavam. Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente. Destratar: insultar, maltratar com palavras. Distratar: desfazer um trato, anular. Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamentos de uma articulação. Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem portar-se com distinção. Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo. Elidir: suprimir, eliminar. Ilidir: contestar, refutar, desmentir. Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto. Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a propriedade industrial". Emergir: vir à tona, manifestar-se. Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar. Emigrar: deixar o país para residir em outro. Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver. Eminente (eminência): alto, elevado, sublime. Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, próximo. Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir. Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça. Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se. Encrostar: criar crosta. Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-se. Entender: compreender, perceber, deduzir. Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, testemunha. Expectador: que tem expectativa, que espera. Esperto: inteligente, vivo, ativo. Experto: perito, especialista. Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo foi muito agradável. Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias. Estância: lugar onde se está, morada, recinto. Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. Estrato: cada camada das rochas estratificadas. Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; perfume. Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a praticar (flagrante delito). Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. Florescente: que floresce, próspero, viçoso. Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas. Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar. Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. Inserto: introduzido, incluído, inserido. Incipiente: iniciante, principiante. Insipiente: ignorante, insensato. Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado. Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção. Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que havia sido induzido a cometer o delito. Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas. Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, aumento persistente de preços. Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma. Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada pena ao réu. Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.) (cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem número de artigos do Código Penal. Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar. Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar. Intercessão: ato de interceder. Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas linhas ou superfícies. Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter alia (entre outros), inter pares (entre iguais). Intra- (prefixo): interior, dentro de. Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se realiza. Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justiça. Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação. Libertação: ato de libertar ou libertar-se. Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra. Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista). Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador. Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a concordância do locatário. Lustre: brilho, glória, fama; abajur. Lustro: qüinqüênio; polimento. Magistrado: juiz, desembargador, ministro. Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo; exemplar. Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, mandado de prisão. Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um deputado, senador, do Presidente. Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato. Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, representante, procurador. Mandatório: obrigatório. Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira. Obsessão: impertinência, perseguição, idéia fixa. Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, milésimo, etc.). Ordinário: comum, freqüente, trivial, vulgar. Original: com caráter próprio; inicial, primordial. Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo. Paço: palácio real ou imperial; a corte. Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, etapa. Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por mais escolas na região foi muito bem formulado. Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito ao antigo reitor. Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se. Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar. Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-moderno, pós-operatório. Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-modernista, pré-primário. Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-se contra, mas dei meu parecer pró. Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto. Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda. Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga constituintes da frase. Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmativa, asserção. Presar: capturar, agarrar, apresar. Prezar: respeitar, estimar muito, acatar. Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; ficar sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo prescreveu há dois meses. Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do Ministro. Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria previu acertadamente o desfecho do caso. Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O chefe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes. Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros provêm) da falta de leitura. Prolatar: proferir sentença, promulgar. Protelar: adiar, prorrogar. Ratificar: validar, confirmar, comprovar. Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. Recriar: criar de novo. Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reincidiu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido. Remição: ato de remir, resgate, quitação. Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação. Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição. Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura, advertência. Ruço: grisalho, desbotado. Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na Rússia. Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por contrato para punir sua infração. Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste. Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). Cedente: que cede, que dá. Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. Subscritar: assinar, subscrever. Sortir: variar, combinar, misturar. Surtir: causar, originar, produzir (efeito). Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; supor. Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. Subtender: estender por baixo. Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. Taxa: espécie de tributo, tarifa. Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de subversivo. Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias. Tapar: fechar, cobrir, abafar. Tampar: pôr tampa em. Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elétrico. Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por trás). Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuário: as roupas que se vestem, traje. Vultoso: de grande vulto, volumoso. Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face). .*.*.*.*.*.
Kathleen Lessa
Publicado no Recanto das Letras em 28/04/2006Código do texto: T146862

Manual do escrevedor.

—• MANUAL DO ESCREVEDOR •— Caro Leitor ou Leitora, Constatamos, ultimamente, a cópia de textos de autores deste site para serem postados em outros lugares com f alsa autoria. Portanto, caso queira uma cópia deste, solicite-me e terei o prazer de atendê-lo ou atendê-la. Ou então, copie a página inteira clicando em “Arquivo” (no seu navegador) e selecione “Salvar Como”; escolha no menu aberto, o local, geralmente, “Meus Documentos” e clique “Salvar”. NÃO CONFUNDA ... -------------------------------------------------------------------------ABSOLVER - inocentar, perdoar; [com] ABSORVER - sorver consumir.ACENTO - tom de voz, sinal gráfico; [com]ASSENTO - lugar de sentar-se. ACENDER - por, por fogo, alumiar; [com] ASCENDER - subir. ACENTO - tom de voz, sinal gráfico; [com]ASSENTO - lugar de sentar-se.ACESSÓRIO - que não é fundamental; [com]ASSESSÓRIO - relativo ao acessor. ACERCA DE - sobre, a respeito de; com HÁ CERCA DE - faz, aproximadamente; [com] CERCA DE – aproximadamente. ACOSTUMAR – contrair hábito; [com] COSTUMAR – ter por hábito. ACURADO – feito com muito carinho; [com]APURADO – seleto, fino, refinado. ADOTAR -aceitar legalmente (alguém) ; [com]DOTAR - conceder dote a, beneficiar, favorecerAFERIR – conferir, avaliar, julgar por meio de comparação; [com] AUFERIR – colher, obter ou receber vantagens. AFIM DE – semelhante a, parente de; [com]A FIM DE – para, com a finalidade de.AGOURAR - prever [algo], antever, pressentir; [com] AUGURAR - fazer augúrios ou prognósticos (sobre). AMORAL – indiferente amoral; [com] IMORAL – contra a moral, libertino, devasso. APRENDER – instruir-se; [com] APREENDER – assimilar.APREÇAR - perguntar preço; [com]APRESSAR - impor maior pressa. ÁREA – superfície; [com] ÁRIA – melodia, cantiga. ARREAR – pôr arreios; [com] ARRIAR – abaixar, descer.ARROXAR /ARROXEAR - tornar(-se) roxo ou semelhante ao roxo; arroxar(-se), enroxar(-se), roxear(-se); [com]ARROCHAR - apertar com arrocho, atar(-se), apertar(-se) muito; ASSOAR – limpar o nariz; [com] ASSUAR – vaiar, apupar.ATUAR - agir, exercer ação ou atividade; agir, operar; [com]AUTUAR - lavrar um auto; processar. AUTO - ato público, peça teatral de um ato, peça processual; [com] ALTO - de grande extensão vertical; elevado, grande. AZ - esquadrão; [com]ÁS - carta de jogar, campeão. BEM-VINDO – bem recebido, quando se chega; [com] BENVINDO – nome de pessoa. BUCHO – estômago; [com] BUXO – arbusto. CAÇAR – apanhar, perseguir animais ou aves; [com] CASSAR – anular.CALÇÃO - calça curta; [com] CAUÇÃO - fiança, garantia.CALDA – xarope; [com] CAUDA – rabo.CANDEEIRO - aparelho para alumiar [com]CANDIEIRO - baile campestre. CAVALEIRO – aquele que sabe andar a cavalo; [com] CAVALHEIRO – homem educado. CELA – pequeno quarto de dormir; [com] SELA – arreio.CELEIRO - galpão; depósito de provisões; [com]SELEIRO - que faz sela.CELERADO - criminoso; [com]ACELERADO - apressado. CENSO – recenseamento; [com] SENSO – juízo claro, raciocínio.CENSUAL - relativo ao censo; [com]SENSUAL - relativo ao sexo, aos sentidos.CÉPTICO - que duvida ou quem duvida; [com]SÉPTICO - que causa infecção. CERRAÇÃO – nevoeiro denso; [com] SERRAÇÃO – ato de serrar, de cortar. CERRAR – Fechar; [com] SERRAR – cortar. CESSÃO – ato de ceder; [com] SEÇÃO ou SECÇÃO – corte, divisão, repartição; [com] SESSÃO – espaço de tempo durante o qual uma assembléia, um congresso, um espetáculo cinematográfico, teatral etc. é realizado.CESTO – balaio; [com] SEXTO – ordinal de seis.CERVO - animal; [com]SERVO - empregado, servente. CHÁ – bebida; [com] XÁ – título do ex-imperador do Irã. CHEQUE – ordem de pagamento; [com] XEQUE – lance de jogo de xadrez, dirigente árabe. CIDRA – fruto; [com] SIDRA – vinho de maçã.CÍVEL - do Direito Civil; [com]CIVIL - cidadão. COMPRIDO – longo; [com] CUMPRIDO – particípio de o verbo cumprir. COMPRIMENTO – extensão; [com] CUMPRIMENTO – saudação, ato de cumprir, execução. CONJETURA – suposição, hipótese; [com] CONJUNTURA – situação, circunstância. CONCERTO – sessão musical; acordo; [com] CONSERTO – Reparo.COCHO - recipiente de madeira; [com]COXO - capenga, manco. COSER – costurar; [com] COZER – cozinhar.COSTEAR - navegar pela costa; [com]CUSTEAR - pagar custos. DEFERIR – atender, conceder; [com] DIFERIR – distinguir-se, ser diferente; adiar. DEGREDADO – desterrado, exilado; [com] DEGRADADO – estragado, rebaixado, aviltado. DELATAR – denunciar; [com] DILATAR – alargar, ampliar;DESCRIÇÃO - ato de descrever, expor; [com]DISCRIÇÃO - reserva, qualidade de discreto.DESCRIMINAR - inocentar; [com]DISCRIMINAR - distinguir.DESPENSA - lugar de guardar mantimentos; [com]DISPENSA - isenção, licença.DESPERCEBIDO - não notado; [com]DESAPERCEBIDO - desprovido, desaparelhado, despreparado.DESTRATAR - insultar; [com]DISTRATAR - desfazer contrato.DESTINTO - desbotado; [com]DISTINTO -diferente, ilustre.DISCENTE - que aprende; [com]DOCENTE - que ensina.ELUDIR - evitar com destreza; [com]ILUDIR - enganar.EMERGIR - vir à tona; [com]IMERGIR - mergulhar.EMIGRAR - sair da pátria; [com]IMIGRAR - entrar num país estranho para nele morar.EMINENTE - notável, célebre; elevado; [com]IMINENTE - próximo, prestes a acontecer.EMITIR - lançar fora de si; [com]IMITIR - fazer entrarEMPOÇAR - fazer poças; [com]EMPOSSAR - dar posse.[ESBAFORIDO - ofegante, cansado; [com]ESPAVORIDO - apavorado, assustado.ESPERTO - ativo, inteligente, vivo; [com]EXPERTO - perito, entendido.ESPIAR - observar, espionar; [com]EXPIAR - sofrer castigo.ESTADA - permanência de pessoa; [com]ESTADIA - permanência de veículo.ESTÂNCIA - morada; [com]INSTÂNCIA - jurisdição, urgência.ESTÁTICO - firme, imóvel; [com]EXTÁTICO - adimirado, pasmado.ESTRATO - tipo de nuvem; [com]EXTRATO - resumo, essência.EXPECTADOR - quem espera; [com]ESPECTADOR - testemunhaFLAGRANTE - Evidente; [com]FRAGRANTE - perfumado.FLUIR - Correr; [com]FRUIR - gozar, desfrutar.INCERTO - duvidoso; [com]INSERTO - inserido, incluído.INCIDENTE - episódio, que ocorre; [com]ACIDENTE - acontecimento casual, porém, grave.INCIPIENTE - principiante; [com]INSIPIENTE - ignorante.INFLAÇÃO - desvalorização do dinheiro, expansão; [com]INFRAÇÃO - violação, transgressão.INFORMAR - transmitir conhecimento; [com]ENFORMAR - colocar na forma; [com]ENFORNAR - colocar no forno.INFLIGIR - aplicar pena ou castigo; [com]INFRINGIR - transgredir, violar, não respeitar.INTERCESSÃO - ato de interceder; [com]INTERSEÇÃO - ponto onde duas linhas se cruzam.PEÃO - que anda a pé; [com]PIÃO - espécie de brinquedo.PEQUENEZ - qualidade de pequeno; [com]PEQUINÊS - raça de cães, de Pequim.PLEITO - disputa; [com]PREITO - homenagem.PRECEDENTE - antecedente; [com]PROCEDENTE - proveniente, oriundo.PROEMINENTE - saliente (no aspecto físico); [com]PREEMINENTE - nobre, distinto.PROFETIZA - do verbo profetizar; [com]PROFETISA - feminino de profeta.PRESCRIÇÃO - ordem expressa; [com]PROSCRIÇÃO - eleminação, expulsão.PREVIDÊNCA - qualidade daquele que prevê as coisas; [com]PROVIDÊNCIA - medida prévia para conseguir um fim, a suprema sabedoria atribuída a Deus.RATIFICAR - confirmar; [com]RETIFICAR - corrigir.RUÇO - grisalho, desbotado; grave, insustentável; [com]RUSSO - da Rússia.RECREAR - divertir; [com]RECRIAR - criar novamente.SEXTA - numeral correspondente a seis; [com]SESTA - descanso depois do almoço; [com]CESTA - utensílio de vime.SOAR - produzir som; [com]SUAR - transpirar.SOBRESCREVER ou SOBRESCRITAR - escrever sobre, endereçar; [com]SUBSCREVER ou SUBSCRITAR - assinar.SORTIR - abastecer; [com]SURTIR - produzir (efeito ou resultado).TACHA - mancha, defeito, pequeno prego; [com]TAXA - imposto, preço de um serviço público.TREPLICAR - responder, réplica; [com]TRIPLICAR - multiplicar por três.VADEAR - atravesar (rio) por onde dá pé, passar a vau; [com]VADIAR - viver na vadiagem, vagabundear, lavar a vida de vadio.VÊS - forma do verbo ver; [com]VEZ - ocasiãoVIAGEM - substantivo: a viagem; [com]VIAJEM - forma verbal: que eles viajem.VIVIDO - experiente; [com]VÍVIDO - ardente, vivaz.VULTOSO - volumoso, de grande vulto, enorme; [com]VULTUOSO - vermelho, inchado, atacado de vultuosidade.ZUMBIDO - sussurro de insetos alados; [com]ZUNIDO - som agudo do vento. Se você conseguiu chegar aqui, parabéns! Com esta persistência poderá ir bem mais longe. Já que está aqui, vamos dar um nome as palavras que leu: Nesta lista de vocábulos temos palavras parônimas e homônimas. As homônimas são as que apresentam identidade de sons ou de formas, mas significados diferentes, por exemplo: conserto e concerto (idênticas nmo som), mo(ô)lho e mo(ó)lho (idênticas na forma). Por isso as palavras homônimas podem ser: Homônimas Homófonas que tem som igual e siginnificados diferentes: paço e paso, cassar e caçar, etc. Homônimas Homógrafas que tem escrita igual e significados diferentes: colher e colhe(é)r, o(ô)lho e olho, etc. E, finalmente, as Parônimas que são palavras «parecidas» na escrita e no som, mas distintas no significado: coro(várias vozes) e couro(pele), osso e ouço, etc. Lembre-se o verdadeiro analfabeto é aquele que aprendeu a ler e não lê.-----------------------------------------------------------Ajudaram na elaboração deste manual: Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Adriano da Gama Kuri, Ortografia, Pontuação, Crase. Hildebrando A. de André, Gramática Ilustrada. Eduardo Martins, Manual de Redação e Estilo. ------------------------------------------------------------ Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, me informe.
Ricardo Sérgio
Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006Código do texto: T147186

Pequena conversa sobre a mulher na poesia romântica.

Pequena conversa sobre a mulher na poesia romântica


1. Poesia romântica?!2. Primeira geração3. Segunda geração4. Terceira geração5. Um bom resumo1.Poesia romântica?!Eis aqui uma conversa informal sobre o papel da mulher na poesia romântica. E, pra começo de conversa, acho conveniente cutucar meu leitor com uma pergunta simples: o que é poesia romântica?Todos temos uma noção intuitiva disso. Esse assunto povoa nossa mente com elementos doces. Traz em si a idéia de flores, estrelas, amores, é novela, fofura, geralmente enternece mulheres e entedia homens. Entretanto, essa idéia que carregamos desde sempre transforma-se num grande erro quando se trata de literatura. “Romântico” no sentido literário é muito diferente de “romântico” no sentido figurado. O romantismo a que nos referimos a torto e a direito por aí não corresponde de jeito nenhum ao movimento artístico burguês do séc XIX, e, quando muito, é apenas uma face muito pequena e deformada dele.Embora o exagero sentimental seja marca registrada, esse período literário tem outros traços, bem particulares e até estranhos para quem não conhece o movimento. Por exemplo: dizer que um escritor é romântico pode significar que ele é satânico. Ou que gosta da noite e do sobrenatural, ou que é religioso, ou que é promíscuo, indianista, medieval, burguês, ou que gosta de mulheres mortas...Romantismo é um movimento amplo. Sua compreensão se torna mais fácil se percebermos que dentro dele cabem coisas sem relação alguma com o sentido tradicional da palavra, e, às vezes, sem aparente relação entre si.Na verdade, falando de poetas românticos, eles são tão diversos entre si, que temos o hábito de estudá-los em 3 grupos, ou 3 gerações. Essa divisão é bem imperfeita e não serve para a prosa, mas estudá-la é uma forma de entender como o poeta romântico se comporta em cada uma dessas 3 épocas.Interessante é observar que, a cada comportamento, existe uma forma de amar diferente e, portanto, um ideal de perfeição e beleza diferente, o que gera a necessidade de uma nova musa. Assim, da mesma forma que existem 3 gerações românticas, há 3 mulheres românticas. E convido o leitor a conversar sobre cada uma delas.2- Primeira geração.Na poesia da primeira geração, o amor é angelical, idealizado e –palavra-chave – cortês. Lembra bastante o trovadorismo medieval, no qual o homem é um cavaleiro e a mulher, verdadeira princesa, a mais bela dentre todas. Ela é jovem, adolescente e virgem, puríssima, imaculada. O homem dá-se por muito feliz se puder apenas cantar sua senhora, cobrir-lhe de glórias e andar seguindo seus pés, pensando nela, apenas. Mesmo no plano do pensamento, não observamos sensualidade, muito menos sexo. O amor é puro, o homem é protetor submisso, e nada de concreto se realiza entre os amantes, devido à enorme distância entre ambos. Há muita contemplação e pouca ação, como podemos perceber na estrofe de Gonçalves Dias:"Dizei vós, ó meus amigos,Se vos perguntam por mi*,Que eu vivo só da lembrançaDe uns olhos cor de esperançaDe uns olhos verdes que vi!Que ai de mi!Nem já sei qual fiquei sendoDepois que os vi"(...)• Mim3- Segunda geraçãoAqui, já temos um início de sensualidade, apesar de fortemente reprimida e muito conflituosa. Ineditamente, o poeta sugere que deseja carnalmente a amada, porém, em virtude da idealização feminina extrema, ele se sente inferior e indigno de tocá-la. Por isso, Casimiro de Abreu diz:“Vampiro infame, eu sorveria em beijosToda a inocência que teu lábio encerra” De modo geral, esses poetas são perturbados. Fruto de uma época caótica, em que a humanidade viu desmancharem-se as promessas de igualdade da Revolução Francesa, eles observam a permanência das injustiças no mundo com desespero.Preferem então fugir dessa realidade insuportável. Fazem isso de várias formas: ora lembram saudosos os momentos da infância, ora refugiam-se nos prazeres do álcool, do sexo (byronismo), ora afagam com carinho a idéia de morrer. Sim, com carinho. A Atração pela morte é uma constante na segunda geração romântica. Por isso, nem é de se admirar que seja forte, aqui, o gosto por mulheres magras, pálidas, e muitas vezes, mortas.A segunda geração é chamada ultra romântismo ou mal-do-século. Realmente, nesse período a sociedade literária passou por uma onda de desespero e depressão que abalou seriamente a vida dos autores, rendendo muitos casos de mortes prematuras. Era raro um poeta chegar aos 30 anos.Justamente por ser tão triste e conflituoso, o ultra romântico se reconhece um “precito”, ou seja, um maldito. E ele não quer macular sua amada virgem com isso. Assim, forte característica da geração é o medo de amar , em conflito com o forte desejo de consumar o amor. Casimiro resume bem:“Se te fujo é que adoro e muito,És bela- eu moço; tens amor, eu- medo!”A moça continua virgem, porém, freqüentemente é vista seminua, desejável e inatingível. O poeta mal do século deseja aquilo que não pode ter. Então, quer esquecer, divagar no passado, beber, morrer...4. Terceira geração.Já aqui, a realização é plena: deseja-se e faz-se. Impossível falar de poesia romântica de terceira geração sem falar no poeta baiano Castro Alves. Podemos até dizer que ele responsável por uma revolução da forma de conceber e tratar a mulher romântica. Foi quem primeiro retirou a moça de seu altar de virgindade e perfeição, para jogá-la, literalmente, na cama. Em C. Alves, acabaram-se as idealizações e veio, forte, a consumação erótica do amor. Castro Alves gosta de mulheres reais: elas têm cheiro, gosto, seios e corpo à mostra, fazem sexo, gritam, choram. Algumas são inclusive prostitutas. O apelo sensorial é muito forte. E o poeta dos escravos, como ficou conhecido por sua poesia social, soube transplantar para a lírica amorosa o gosto pelas imagens monumentais, tornando sua poesia ao mesmo tempo erótica e lírica, interessante, pois, até para os mais acanhados.De modo geral, o poeta posiciona-se claramente contra os desesperos e medos ultra-românticos. Castro Alves ama a vida e gosta mesmo é de fazer amor."Boa noite , Maria! Eu vou-me embora.A lua nas janelas bate em cheio.Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...Não me apertes assim contra teu seio.Boa noite!... E tu dizes – Boa noite,Mas não mo digas assim por entre beijos...Mas não mo digas descobrindo o peito,- Mar de amor onde vagam meus desejos"(...)5- Um bom resumoO poema “Os três amores”, de Castro Alves, é um belo diálogo entre as 3 gerações românticas. Nele, cada estrofe corresponde a uma fase do movimento romântico: na primeira estrofe, vemos o amor cortês; na segunda, o ultra romantismo; na última, o amor sensual. Apesar de uma ou outra referência literária que o leitor pode desconhecer, o poema vale a pena ser lido. Além de belo,é um bom resumo de tudo que conversamos aqui.IMinh´alma é como a fronte sonhadoraDo louco bardo, que Ferrara chora...Sou Tasso!... a primavera de teus risosDe minha vida as solidões enflora...Longe de ti eu bebo os teus perfumes,Sigo na terra de teu passo os lumes,- Tu és Eleonora...IIMeu coração desmaia pensativo,Cismando em tua rosa predileta.Sou teu pálido amante vaporoso,Sou teu Romeu, teu lânguido poeta!...Sonho-te às vezes virgem... seminua...Roubo-te um casto beijo à luz da lua...- E tu és Julieta...IIINa volúpia das noites andaluzasO sangue ardente em minhas veias rola...Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,Vós conheceis-me os trenos na viola!Sobre o leito do amor teu seio brilha...Eu morro, se desfaço-te a mantilha...Tu és - Júlia, a Espanhola!...
Jéssica Callou
Publicado no Recanto das Letras em 07/05/2006Código do texto: T151890