sábado, 5 de maio de 2007

Emprego do artigo

O EMPREGO DO ARTIGO -------------------------------------------------------------------------------------------------- Neste texto algo estará sempre sendo acrescentado ou melhorado. Atualizado em 31 /08 /06. Em títulos, principalmente jornalísticos, a tendência é suprimir os artigos, sobretudo os definidos (o, a, os, as). O fato já é consagrado, mas fora dos títulos, há muitas situações em que os artigos definidos são obrigatórios. ARTIGO DEFINIDO --------------------------------------------------------- Ambos - É obrigatório o emprego do artigo definido entre o [numeral ambos e o substantivo] a que se refere (ambos = os dois > ambas = às duas) : O juiz solicitou a presença de [ambos] os [cônjuges]. Ambas as partes chegaram a um acordo. Todo - Nas expressões em que aparece o pronome [todo], é preciso cuidado no emprego do artigo. Todo pode variar de sentido, conforme tenha ou não artigo: a] - Nas expressões: [todo o], [toda a], o artigo designa totalidade, inteireza: Toda a casa ficou alagada (a casa inteira, completa). Todo o edifício ficou às escuras (o edifício inteiro, completo). b] - Sem o artigo, [todo, toda,], adquire o sentido de [qualquer, cada um]: Toda casa ficou alagada. (qualquer casa, cada uma ) Todo edifício ficou às escuras. (qualquer edifício, cada um) c] - O plural [todos] deverá estar sempre acompanhado de artigo: Todos os brasileiros, todas as pessoas. Exceto quando após [todos] houver um pronome: Todos [aqueles] jornalistas. — Todas [aquelas] mulheres. ► Seguido de numeral [todos] somente aceita artigo quando há um substantivo expresso: todos os três [relógios], todas as cinco [meninas]. Não vindo expresso o substantivo, dispensa-se o artigo: Encontrei Ari, Ivã e Lia. Todos três são bons amigos. Observação: Não se usa todos dois, usa-se o numeral ambos. Nomes de lugar - ora admitem artigo, ora não o admitem: ► Com Artigo: a América •• a Europa •• a África •• a França a Itália •• a Argentina •• o Peru •• as Antilhas as Filipinas •• a China •• o Japão •• o Mato Grosso do Sul •• a Bahia •• o Acre o Pará •• a Gávea •• a Penha •• o Leblon a Lapa. ► Sem Artigo: Portugal •• Mônaco •• Honduras •• Cuba Paris •• Roma •• Atenas •• Angola Alagoas •• Sergipe •• Santa CatarinaMinas Gerais •• Pernambuco •• Goiás Mato Grosso •• Curitiba •• São PauloBrasília •• Fortaleza •• Natal •• CopacabanaIpanema •• Perdizes •• Pinheiros •• Santana Santa Tereza. Observações: a] - Se os nomes de lugar, que normalmente não admitem o artigo, vierem qualificados passam a exigi-lo: a Roma do Coliseu - a Paris do após-guerra. a Brasília de Niemeyer – a Belém das mangueiras. Não vá confundir o artigo com a preposição: O navio chegou a (preposição) Belém. O navio chegou à (= prep. + art.) Belém das mangueiras. b] - Depois de preposição, o uso do artigo é facultativo com os nomes: Europa, Asia, África, Espanha, França, Inglaterra, Escócia e Holanda: vim de Europa — passei por França — morar em Espanha vim da Europa — passei pela França — morar na Espanha É facultativo o emprego do artigo definido diante dos pronomes possessivos (meu, teu, seu, etc.): Deixaram meu livro na sala [ou o meu livro na sala]. Não conheço sua namorada [ou a sua namorada]. Não se deve usar o artigo antes da palavra [casa] (no sentido de lar, moradia) e [terra] (no sentido de chão firme), a menos que venham especificadas: Eles estavam [em] casa. (moradia) Ele estava na casa de+o amigo. (uma casa específica). Os marinheiros permaneciam [em] terra. (chão firme) Os marinheiros permaneceram em+a terra dos anões. Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo (e flexões): Este é o homem cujo amigo desapareceu [e não; cujo o amigo]. Este é o autor cuja obra conheço [e não: cuja a obra]. Diante de nome da pessoas geralmente não se usa artigo: Lígia não compareceu à cerimônia. Paulo foi ao jogo. Não use o artigo antes das formas de tratamento e dos títulos honríficos Dom e Dona. Com Exceção de [senhor] e suas variações. Engana-se Vossa Senhoria, disse o barbeiro. (M. Assis) Enganam-se Dom Henrique e Dona Helena. Na linguagem coloquial de alguns estados brasileiros, é freqüente a ante-posição de artigo a nomes de pessoas, a fim de indicar afetividade ou fami-liaridade. O Édson é meu irmão mais novo A Sandra não quis sair comigo. Use o artigo - antes dos nomes de horas: as três horas — a uma hora. Importante: Convém lembrar que o artigo, neste caso, vem sempre depois de uma preposição, então: às (a+as) três horas — à (a+a) uma hora — às oito das três às sete — entre as duas e às três Não se combina com preposição o artigo que faz parte do nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de São Paulo. (e não: no Estado.) A notícia foi publicada em O Globo. (e não: no Globo.) Alguns gramáticos - censuram o uso do artigo antes de [quão] e [quanto]: Você viu quão feliz estava eu! (e não: o quão feliz) Você não sabe quanto isso me alegra! (e não: o quanto) ► Embora censurada, é freqüente, na língua atual, a colocação do artigo, como partícula de realce. A opção será sua, caro leitor(a): Só agora via o quanto se enganara. (Lígia Fagundes) Artigo Indefinido ----------------------------------------------------------------- 1] - O artigo indefinido, muitas vezes é usado inutilmente: Até março apresentarei uma outra proposta. ► Não há necessidade, nesta frase, do artigo indefinido, basta: Até março apresentarei outra proposta. 2] - Uma boa maneira de evitar o abuso do artigo indefinido é verificar como fica a frase sem ele. Se não fizer falta, elimine-o. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, me informe. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ajudaram na elaboração deste manual: Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Adriano da Gama Kuri, Ortografia, Pontuação, Crase. Hildebrando A. de André, Gramática Ilustrada. Eduardo Martins, Manual de Redação e Estilo. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, quaisquer críticas ou comentários.
Ricardo Sérgio
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/2006Código do texto: T229260

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